Seguidores

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

A voz dos passarinhos


Depois de eleger o sábado como um dia ímpar para mim, encontro esse texto falando de como seria importante tornar um dia da semana, quarta-feira para o autor, feriado.

Fico pensando que com a correria, como ele define o dia a dia, nos esquecemos do que temos de bom a nossa volta. Dessa forma, todas as pessoas precisariam de um dia especial para viver plenamente, sem tristezas, mágoas, decepções, ira.
Não é o dia em si o problema. Seja qual for o dia da semana é como lidamos com ele, o problema, é que fará a diferança.

Na verdade precisamos aprender a conviver com tudo isso de maneira harmoniosa e só conseguiremos se soubermos lidar com a adversidade. Isso requer praticar a tolerância. E como é difícil.
Costumo observar como as pessoas se comportam para lapidar em mim   o que considero grotesco, inaiceitável e percebo que todos temos a aprender e só com muita prática da tolerância, paciência, vou conseguir o tão desejado equilíbrio. 
Sempre que posso, subo e desço pelas escadas, evitando os elevadores. Outro dia, uma quarta-feira, quando descia o último lance para chegar ao térreo, encontrei uma mulher subindo de cabeça baixa. Falava sozinha, em voz alta: “O que eu queria mesmo era nem ter saído de casa hoje”, disse. Ficou envergonhada quando percebeu que eu a ouvi. Trocamos cumprimentos e eu segui pensando naquela cena durante todo o dia. Não sou candidato a nada, mas creio que seria eleito presidente da República com a plataforma de uma única resolução: tornar toda quarta-feira feriado. Dois dias de trabalho, então vem a quarta-feira de folga, mais dois dias de trabalho, e folga no sábado e no domingo. O mundo anda tão frenético que mal se ouvem os passarinhos na correria dos dias de semana nas grandes cidades. Mas eles estão lá, ofuscados pelo barulho das obras, do trânsito e da multidão. Procure ouvi-los.
http://www.selecoes.com.br/selecoes-e-voce/bem-estar/a-voz-dos-passarinhos_4208.htm

Desejo a você que passa por aqui dias de paz e muito canto de passarinho!




Girly Paradise Gifs

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Sábado pra chamar de seu!

Depois de uma, ou umas semanas orquestrada pelo maestro do tempo em que tivemos no mesmo dia: sol, chuva, nublado, fresquinho de manhã e depois quente, isso em quase todos os dias, o sábado começa com ar de dia de festa!

Sempre gostei do sábado. 

Tem cara de -vou viajar-  mesmo que não se vá, ou, passear por aí, qualquer lugar onde tenha sol, céu azul e vento suave.

Sábado é o dia em que somos nós mesmos, tempo para nós, para a família. 
Sábado, dia do dever cumprido. Nossos compromissos geralmente são de segunda a sexta. Exceto para os que trabalham ainda sábado e domingo, nos proporcionando lazer e divertimento e os que nos dão alimento para o espírito. 
Esses precisam achar um "sábado" no meio da semana pra chamar de seu. 

Sábado é dia de festa!!!


Pesquisei para achar uma cor para cada dia da semana, afinal ela tem sete dias e não é feita só de sábado, e encontrei o que registro abaixo:

1- Significado de cada dia e o que ele nos proporciona:

Segunda - feira, Dia da Lua, sugere um dia mais calmo, lento, início de uma nova semana.

Terça - feira, Dia de Marte, a força da ação está no auge: você já adquiriu o pique e está descansado pelo final de semana.

Quarta - feira, Dia de Mercúrio, um dia dúbio: Mercúrio favorece a comunicação porém a falsidade pode ser uma armadilha dessa energia usada tanto para o bem como para o mal.

Quinta-feira, Dia de Júpiter, que favorece os grandes negócios e as grandes comemorações. Cuidado com os possíveis exageros de Júpiter.

Sexta - feira, Dia de Vênus, realmente favorece os encontros amistosos, amorosos, que estão em sintonia com Vênus, planeta símbolo da Beleza e do Amor terreno.

Sábado, Dia de Saturno, por incrível que pareça, não é o melhor dia da semana para as baladas. Associado à Saturno e ao descanso sabático, propicia as atividades espirituais e religiosas.

Domingo, Sunday, Domenica, Dia do Sol ou Dia do Senhor: dia propício para os rituais, as festas coletivas e familiares, um dia de agradecimento e congratulações.

2- Aqui a cor que corresponde a cada dia da semana:

Segunda-feira: amarelo ou laranja (ouro e alma humana). Essas cores servem para estimular a intuição e atrair dinheiro. Nada melhor para iniciar a semana!

Terça-feira: rosa (amor). Essa cor ajuda a obter felicidade e simpatia.

Quarta-feira: branco (pureza, paz e virtude). Traz paz, limpeza, purifica. Bom para o meio da semana.

Quinta-feira: verde (natureza, saúde). Ótimo para ganhar presentes, diminuir o stress e ter esperança. É tudo que precisamos numa quinta-feira!

Sexta-feira: vermelho (paixão). Para ficar mais atraente, é um estimulante sexual, traz força e coragem. Para iniciar seu final de semana, perfeito! Por isso, nem pense em sair de casa na sexta, sem um fio dental vermelho! Boas atrações.

Sábado: violeta (devoção e energia). Para buscar inspiração e criatividade, afinal seu final de semana tem que ser divertido.

Domingo: azul (espiritual). Traz harmonia, paz e tranqüilidade. Hora de desacelerar para se preparar para começar a semana.

Então desejo um lindo arco-íris para todos que aqui me visitam  e que tenham um dia especial na semana para chamar de seu!!!



quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Biblioteca


És um tesouro, possues um tesouro
És um doce irresistível para as crianças
E ainda não experimentado por outras
És o desfraldar de segredos e anseios para o jovem, tira-dúvidas e bagagem inesgotável de saber para o adulto
Deverias estar permanentemente aberta, sem paredes e sem chaves, acessível a quem quisesse
Receptiva e orgulhosa por matar a fome dos que te procuram precisando de ti
Alegre, bela e aconchegante recebendo a todos de braços abertos
Devias existir em todo lugar, qualquer lugar ao nosso alcance.

************************************************

A poesia acima, fiz quando trabalhava como professora numa escola e como precisava da biblioteca para mim e para meus alunos, ficava inconformada que a mesma não estivesse  aberta antes ou depois do horário para que eu pudesse pesquisar ou pegar livros.

Compreendia, mas não aceitava o rigor no cuidado e portas trancadas, então quando conseguia a chave eu pegava os livros e depois contava para a bibliotecária. Ela fazia um escândalo porque não podia pegar livros sem a presença e consentimento dela. Eu era a "professora que roubava livros" bem antes do lançamentto do "A menina que roubava livros" 

 ************************************************************

Posso dizer que na minha vida toda sempre gostei de livros e leituras.
Houve um tempo em que sonhava ter uma banca de revistas para ficar lendo infinitamente.

Meu primeiro livro que li em casa foi uma bíblia que ganhamos de um parente. Uma passagem que não esqueço pela gravura: irmãos são jogados numa fornalha. Transcrevo abaixo: 

Sadraque, Mesaque e Abednego na fornalha: Dn 3:24-27

De repente, Nabucodonosor se levantou e perguntou, muito espantado, aos seus conselheiros: Não foram três os homens que amarramos e jogamos na fornalha? Sim, senhor! responderam eles. Como é, então, que estou vendo quatro homens andando soltos na fornalha? perguntou o rei. Eles estão passeando lá dentro, sem sofrerem nada. E o quarto homem parece um anjo” (Dn 3:24-27).

Os únicos livros que tínhamos acesso eram os da escola. Éramos em sete irmãos, então eu lia os meus e os deles. Minha irmã estudou num colégio de freiras e lá ela tinha o francês e o inglês. Atenta a tudo eu conseguia aprender algumas palavras também.
O "je t´aime mon amour"  e o "I love my life because my life is you" eram os hits naquele tempo.
Assim como essas duas línguas, tinha também a italiana e  na   minha cidade onde a maioria eram descendentes, a influência das músicas era  muito marcante, então o "dio come tiamo" também fazia parte do nosso vocabulário.
A língua portuguesa era mais importante e necessária e as línguas estrangeiras caminhavam lado a lado, mas como muitos ainda hoje pensam, não foi além do "the books on the table".

E os livros de historinha infantil! que beleza, como eu gostava de lê-los. Tinha também em disco de vinil , mas que dependia da turma ouvir as histórias: a sala que não faltasse nenhum um aluno, lá ia a professora com a vitrola e um disco, cada vez era uma história diferente. Odiávamos, ou era só eu,  quando um colega faltava. Às vezes era a sala do lado que estava sendo presenteada, então ficávamos em silêncio para com muita dificuldade ouvir também a história.

Havia uma rádio numa cidade próxima que tinha na programação historinhas infantis e eu não perdia um dia,  era um tempo sem televisão e dormíamos cedo, então ouvia as historinhas meio caindo de sono.




Lembro que naquele tempo se recebia muito em casa os vendedores de porta em porta e os meus pais compraram um dicionário enorme no tamanho e de peso e também uma enciclopédia ilustrada.

 A enciclopédia tinha assuntos variados e lembro de alguns:  a divina comédia,  biografias de grandes homens e seus feitos. Como sofri quando li sobre vida de Castro Alves, grande poeta que se feriu com um tiro  acidental de espingarda no pé, o romance de O conde de monte cristo entre tantos outros ...

O tempo passou e já adolescente conheci a fotonovela, revistas como tem hoje onde sempre vinha uma história em fotos para ler, ah que maravilha, puro romance. Minha mãe, rigorosíssima com tudo o que fazíamos as tais revistas não escaparam de seu crivo, como comprávamos escondido dela ou emprestávamos de alguém tão rebeldes quanto nós, começou a rasgar as benditas, para ela o conteúdo era impróprio. E era mesmo porque fazia-nos viajar, sonhar e isso era terminantemente proibido.


 ***
 

Mudamos de cidade e eu descobri ainda na adolescência que podia "morar" na bibiloteca da escola ou na pública para ler o que quisesse.

Como quem experimenta a melhor comida ou algo que fatalmente lhe deixe  extasiado,  estar numa biblioteca era o oásis.

O tesouro da juventude foi literalmente, achar um tesouro! tinha tudo! amava e ainda amo poesias, puro deleite: desde o livro em si, enorme, verde, cheiroso, folhas lisas e brilhantes, cheinho de poesias.. a internet dos anos 1950, 60, 70...!!!



Assuntos abordados por temas:

Livro da Terra
Livro da Nossa Vida
Livro de Animais e Plantas
Livro do Novo Mundo
Livro do Velho Mundo
Livro das Belas Artes
Livros Famosos
Livro da Poesia
Livro dos Contos
Homens e Mulheres Célebres
Livro das Belas Ações
Coisas que Devemos Saber
Livro dos Porquês
Coisas que Podemos Fazer
Lições Atraentes

Tendo muito o que fazer na biblioteca eu emprestava a mim mesma os livros e os levava para casa e assim me sentia como em "A felicidade clandestina" de Clarice Lispector.

Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina que era a felicidade. A felicidade sempre iria ser clandestina para mim. Parece que eu já pressentia. Como demorei! Eu vivia no ar... Havia orgulho e pudor em mim. Eu era uma rainha delicada. Às vezes sentava-me na rede, balançando-me com o livro aberto no colo, sem tocá-lo, em êxtase puríssimo. Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com o seu amante.


Barrinha MaynaBaby

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Sons do vento


Adoro o som do vento, como também o som dos mensageiros do vento.








Mais forte ou fraco, o vento vai criando suas notas musicais.




 






                         
                        


Aprendi a gostar do som do silêncio quando só é possível ouvir o som do vento.










 






Música composta sem a necessidade da mão humana e eu aproveito para ouvir.








Durante o dia ou a noite tal qual um vigia eles estão ali a  traduzir o comportamento do vento trazendo  paz, tranquilidade.






Há muito tempo eles enchem a minha casa com sua musicalidade.



Hoje, segunda-feira, acabou o horário de verão, o dia amanheceu com o sol a todo vapor, quer dizer a esta hora já está quente, imagine mais tarde.



Para uma feliz aposentada a segunda-feira começa de mansinho com compromissos light nas tarefas domésticas e à tarde aula de yoga. Na aula da última quarta-feira não fizemos muito  mais do que estamos fazendo, mas fiquei doloridinha nos braços, quer dizer que estou forçando um pouquinho mais nas posturas. Somos orientados a respeitar o limite do corpo, mas se não forçarmos um pouco o corpo se acostuma e não há progressos. 
 
O exercício abaixo é um que fazemos com frequência, ele por si só é bem completo, a prof . diz que é para esquentar as "turbinas" já no início da aula, principalmente no inverno.

 SuryaNamaskar - saudação ao sol




Surya - Sol

O Sol é a fonte de luz, de calor e da vida em nosso planeta, sem o sol a vida não seria possível , mas o sentido mais exato desta saudação é a invocação da luz como fonte de conhecimento.

Namaskar - Saudação

Prestar reverência ao Sol, representa sintonizar-se com o ciclo da vida e morte, sintonizar-se com o poder maior e Divino que reside no centro do Céu e no centro de nosso Ser, aquele que tudo ilumina e não é iluminado por nada, aquele que não tem início e nem fim, o Deus em cada um.

http://www.yogalotus.com.br 


Então que todos tenhamos uma iluminada segunda-feira!!!







Gratidão



Ganhei o selo abaixo da iraci que tem um blog maravilhoso, com dicas idem para incrementar os nossos e outros assuntos também, então em agradecimento estou postando aqui.


Gentilezas, demonstração de carinho com alguém são atitudes que não custam nada deixando feliz quem recebe e quem dá.

Obrigada querida e que você continue distribuindo conhecimento e amor!








sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Criatividade

Criatividade vem da necessidade.

Ou só existe criatividade a partir dela. 
Não, necessariamente.

Vejamos:

Já contei aqui sobre uma viagem que fizemos de carroça, eu e a minha família. Naquele tempo a vida era  mais difícil para muitas pessoas. Meu pai  trabalhava para sustentar minha mãe  e os sete filhos. Nem se compara com a vida que temos hoje.
Nossa vida era simples no sentido de que vivíamos com pouco e sem nada de luxo. Luxo? nem conhecíamos essa palavra. Tanto a casa como o nosso vestuário e a alimentação podia-se em menos de  uma hora descrever tudo.
Meu pai usava de artifícios para o que se chamaria hoje de "embromeichon" ou "provisório" para sempre. Era um conserto aqui, outro ali. 

Vou citar exemplos:

Não tínhamos uma caneca ou copo próprio para tomar água, ela era feita por meu pai a partir de uma lata de leite. A borda era cortada e batida com martelo na bigorna para deixá-la retinha. A alça era cortada uma tira de uns dois centímetros de uma segunda lata. O porta-talheres era também uma lata de leite: ele cortava a lata em volta no sentido vertical, em tiras largas  que depois ele pressionava a parte de cima com a própria mão, isso fazia com que a lata ficasse num formato  oval e ali eram colocados facas, garfos e colheres. Como eu admirava tudo o que ele fazia!

Lembrei-me disso após ter lido um email que recebi sobre uma jornalista que estando em licença maternidade, teve a brilhante ideia de fotografar seu bebê, colocando-o em vários cenários.

este é o endereço do blog  de Adele Enersen uma publicitária finlandesa: 

http://milasdaydreams.blogspot.com/
  
Veja a produção caseira sobre os possíveis sonhos de sua filha Mila. 




Significado das palavras: 

1-embromeichon: palavra aportuguesada para definir o mau "speak english", não se sabe o idioma inglês então se faz de conta que sabe. 

2-embromeichon: aqui usada como faz de conta, não o verdadeiro sentido que achamos no dicionário.

3-provisório para sempre: usamos muito para falar de um paliativo para um problema, arruma-se por hora e fica para sempre.

4-bigorna: peça de ferro em que se malham e amoldam metais.



terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

“Aquietai-vos"

Aquietai-vos, e sabei que Eu sou Deus.
Conheço teu medo,
a tua felicidade e os teus sonhos.
Conheço tua estrada
e sei exatamente o teu destino.
Conheço-te por dentro...
E sem que tu tenhas que me pedir,
eu entendo o que tu queres.
Conheço o teu sorriso,
e sei tudo que está dentro do teu coração.
Conheço e te reconheço em qualquer lugar...
Sei do teu amor, da tua saudade,
dos sonhos que movimentam a tua vida
e da esperança que te faz lutar.
Amo-te pelo que tu és, e
para mim, és um ser valioso.
Amo-te, mesmo quando perdes
a confiança em Mim.
Amo-te, mesmo sem saberes...
Acompanho-te desde sempre!
Estou ao teu lado
mesmo quando pensas que Te abandonei...
Vibro em cada minuto da tua felicidade.
Choro com cada lágrima tua.
Sofro com toda a tua dor,
e Te estendo as mãos a todo o momento,
embora muitas vezes teimes em não Me pedires ajuda,
mesmo assim, continuo a te proteger...
Conheço-te
e sei que és muito especial,
como é especial cada filho Meu,
mas cada um com as suas diferenças,
ainda assim o meu Amor é incondicional,
e ele é o maior Amor do mundo
Conheço-te,
porque eu te criei...
“Aquietai-vos, e sabei que Eu sou Deus". (Salmo 46-10)


segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Criança diz cada uma - parte 2

1- Consulta de rotina ao pediatra:

Aos dois anos ela já falava quase tudo...
Meu marido é de origem alemã e de toda frase que fala, pelo menos uma palavra é em alemão  e  foi assim que ensinamos nossa filha a falar.  
O pediatra falou para mim que a colocasse sobre a maca e como a maioria das crianças ela tinha aversão a médicos e naturalmente agulhas.

Pronto, ela começou a chorar, gesticular e falar sem parar:
"Nicht, nicht, nicht, nicht...!!!
Em português significa: "não, não, não". Era não com a mão, com a cabeça e com a boca.



 2- Vaidade feminina

Havíamos acabado de mudar para um apartamento e tínhamos uma estante em estilo colonial, cujos pés eram em formato de bola que tinham um certo peso. 
Quando  se muda de casa sempre gostamos de fazer algumas modificações na mobília e foi assim que tiramos os "pés de bola" da estante e guardamos dentro dela.

Um casal amigo nosso veio nos visitar com seu filho que era um ano mais velho que a nossa filha. Enquanto conversávamos vimos quando eles tiraram de dentro da estante as tais bolas e começaram a brincar como se fossem dados. 
A certa altura o menino levantou a bola e jogou para minha filha, ela não conseguiu pegar e a bola bateu em seus lábios. Foi horrível! a bola cortou o lábio inferior deixando a mostra o dentinho.

Corremos para o hospital, ela no meu colo e eu segurando uma fralda com gelo para estancar o sangue.
Meu marido dirigia o mais rápido que podia e eu chorando por vê-la assim e  nos culpando, pela negligência em deixar os pés da estante em lugar que ela podia pegar.

No hospital ela foi envolta num lençol para que ficasse imóvel e eles fizessem a sutura. Ela levou cinco pontos. Foi muito triste e desesperador ver fazerem isso.
O médico falou que deveríamos dar sorvete (ela adorou essa parte ) e o leite com canudinho no lugar da mamadeira.

Horas depois na saída do hospital e já um pouco recuperada do choque ela falou:
    
 -Será que eu não vou mais poder tomar "bule"? nem chupar bico, nem passar batom?

Eram a sua maior preocupação.


Graças a Deus ela se recuperou bem e as marcas dos pontos são praticamente imperceptíveis.  

observação: 
Bule: para nós é a mamadeira, mas não encontrei a palavra em nenhum dicionário alemão.



sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Guten Morgen Joinville


Nove de março é a data do aniversário da minha cidade, Joinville.

A cidade em que se vive tem o jeito da gente, nela estão impregnados nossos sonhos, anseios, tudo o que vivemos.
Tudo o que ela nos dá.
Tudo o que damos a ela.

A cidade em que se vive é como a casa da gente: 
acostumamos com o que dispomos, com o que conquistamos. 
Nossos olhos vendo sempre os mesmos lugares, as mesmas pessoas.

Identificamo-nos com seu cheiro, com o céu, o sol, a chuva,  as serras que formam uma muralha que nos protege e nos encanta com sua grandeza, as árvores que acolhem os pássaros que com seu canto anunciam toda manhã o começo de mais um dia.

A cidade em que se vive é como os parentes e amigos que temos. É um referencial, assim como nos apresentamos a alguém falando de nós mesmos, falamos também da cidade em que se vive. Nela nascemos, crescemos e onde também crescem os nossos filhos.

É a minha casa grande, um lugar que se tem para voltar por mais longe que se vá.


 
Pórtico




História


A história começou com o casamento que celebrou a união da família imperial brasileira e a realeza francesa. A terra onde hoje está a cidade foi doada ao Príncipe de Joinville, em 1843, como dote da princesa Carolina, irmã do imperador Dom Pedro II. O casal não chegou a conhecer as terras. Parte delas foi negociada com a Sociedade Colonizadora Hamburguesa. Em março de 1851 chegaram os primeiros 118 imigrantes alemães e suíços, seguidos de um grupo de 74 noruegueses. Do ano de fundação até 1897, foram trazidos 28.000 imigrantes germânicos - operários, intelectuais, agricultores e profissionais liberais, que fugiam da Europa em busca de oportunidades no Brasil. Assim nasceu a Colônia Dona Francisca, que passou a chamar-se Joinville em homenagem ao Príncipe de Joinville. Os imigrantes trouxeram na bagagem o espírito de luta e de trabalho e, embora enfrentando toda sorte de dificuldades, conseguiram transformar uma terra inóspita e selvagem na maior cidade do estado e num dos mais sólidos parques industriais do país.


saiba mais:

fotos da cidade:  http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=969120

 by mr. canello

Uma brincadeirinha que só quem vive aqui há muito tempo deve entender...

*Para você que quer aprender alemão
 
*Ticionário do Alemon te Xoinvfile, Xaracuá, Pomerode, Plumenau, Prusque, e Atjacências

PANDA – (s.f.) - É um crupo te amicos, que se xunta bara fazer múcica. Norrmalmente, tem bor nome pandinha.

PAR – (s.m.) - O mesmo que Potega, policho, armacem que serve pepidas e tira-costo, como toresmo, quecho, mortatela, ofo cozito, etc.

PARACO
– a(s.m.) - Habitaçon popre, humilte, sem áqua, sem luxa.

PARALHO
– (s.m.) - Xoco de cartas. Muito abreciato nos pares e caças te família.

PIA – (s.f.) - No Brrasil tampém conhecita por lourra ou xelada. É um pepita veita a bartir do cevata, muito apreciata em pares e vestas.

PIÇAR
– a(v.) - Caminhar no grrama, caminhar no calçada; Ex.: Non piça no minha crama, vacapunto!

PIZICLETA
– (s.f.) - Meio te transporte te tois rodas, com traçon humana. Tem bedais e coreia.

POLZA – (s.f.) - Pjeto que serfe bara caregar vários coisa. Tem vários dipos: polza te mulher, polza bara lixo, polza te subermercato e polza te açons financerras (que non sei que é).  
 

PUTIÁ – (s..f.) - Lá no minha caza só o minha mulher é que costa de putiá. Eu e os minhas filhos non costamos de putiá porque é uma frutinho muito aceta,  xeca a tar arrebio.

REBUCHO
– (s.m.) - Eveito ta maré, depos te bater no praia, os ontas  foltam bara o mar.  
 

TIARRÉIA – (s.f.) - Tistúrbia dos tripas. Muito comum para quem come panana com gachasa e toresmo com chimaron, ou bepe pia xelada com linqüiça quende. É tão ruim o tiarréia, que teixa o xente suato e amarrelo.

XAROBE
- (s..m.) - Remétio xeralmente feito te erfas ou com mel e agrion. Muito inticato nos resvriados fortes, com muito tosse. 2) Intívituo chato, que costa te imbortunar, ou alco que não se coste. Ex.: A rátio ta Frida só toca músico xarobe!

XOTA
– (s.m.) - Técima letra to alfapeto.

XUNTO
– (adj.) - Acompanhato te alco ou alquém. Facer alcuma coisa com alquém. 2) - (v.) - Ato te xuntar alcuma coisa. Ex.: O Fritz xuntô a carta to paralho da chon.

ZIM
– (ex.) - O que diz pessoa que concorrda, aceida, deixa. Pessoa que sempre diz zim é conhecida bor concortino.

Autorr: Alemon te: 

*Prusque, Plumenau, Xoinville, Charraquá,Timpó, Intaial. 
Brusque, Blumenau, Joinville, Jaraguá,Timbó, Indaial.


       *        



  Ich liebe meine stadt  Joinville
***
Aposentei-me no ano passado e como professora que era continuo a me interessar por tudo que acontece.
As datas comemorativas sempre foram trabalhadas em sala de aula e muito especialmente o aniversário de joinville.
Não nasci aqui, mas moro há muitos anos e sou casada com um joinvilense nato de origem alemã, assim como a origem da nossa cidade e cuja convivência me fez aprender palavras soltas em “german/deutsch ”. Pensei então em escrever sobre a cidade através de um olhar poético e salpicado de “alemosidades” retratado no título e a “brincadeirinha” no final. Viver aqui e por tantos anos faz de joinville a minha cidade onde escrevi e escrevo a minha história.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Criança diz cada uma!!!

Minha segunda filha, quando ainda pequena era como são, a maioria das crianças: alegre, doce e naturalmente linda como são a filha ou filho de todo mundo.

Eu trabalhava como professora e dividia meu tempo entre cuidar dela, da casa e das tarefas escolares. O convívio com ela nesse tempo foi maravilhoso e rendeu boas histórias de momentos  que vivemos.
Como toda mãe, mesmo quando ela ainda não falava, era comum falar com ela e para ela. Mas quando ela começou a falar é que veio a parte mais divertida, nos deixando bobos, extasiados com o que ela dizia:

Algumas dela quando tinha quatro ou cinco anos:

1- Estava escovando o carpet e ela em cima da cama olhando o que eu fazia quando saiu com essa:
- A mãe devia ser empregada (doméstica ), a mãe gosta tanto de trabalhar!

2- Houve um tempo em que eu tive empregada doméstica, mas sempre achamos que quem sabe fazer bem feito os serviços domésticos somos nós, as patroas...Minha filha vivia pedindo para eu brincar com ela, e eu sempre com a desculpa do serviço de casa para fazer e ela me disse:
- Tu "não presta para nada" tu só sabes trabalhar!

 Vê-se nessa frase a inutilidade de ser boa dona de casa aos olhos de uma criança e a falta de tempo para nos dedicarmos aos filhos. 

Penso que o "não presta para nada" apesar de ser uma frase forte, não era uma frase dita em casa, se bem que sabemos que se usa para falar de pessoas e de objetos.

3- Sempre falava para ela sobre a importância de se alimentar, de cuidar-se,  onde e como andava para não se machucar e de Jesus, que nos ama e nos protege.
Então falava para ela:
-Pede para Jesus te ajudar a comer bem, para cuidar de ti....
E ela respondia:
-Não precisa, eu sei comer sozinha.
-Não precisa, eu sei me cuidar sozinha.

Outra:
Estávamos na cama e disse para ela que tem que se comportar! (...)  porque Jesus vê tudo o que fazemos.
 Como já era noite, ela falou:
-Por acaso ele usa óculos?!

4- Além dela, tenho uma filha doze anos  mais velha e os conflitos eram inevitáveis entre as duas pela diferença de  idade,  a mais velha não era muito paciente nesses casos e eu como mãe conciliadora  falava para a pequena que tratasse bem a irmã e que dissesse só palavras bonitas (...) achava que ela soubesse o que era "palavras bonitas".

E um dia ela "brigando" com a irmã, disse:
-Palavra bonita, palavra bonita!!! não vou aqui traduzir o que ela queria dizer na verdade, com essas duas palavras né?!

5- A madrinha dela ligou e ela atendeu ao telefone ( ela adorava  fazer isso ).
Chovia e a madrinha perguntou:
-Tá chovendo aí?
E claro que a resposta foi:
Aqui dentro não!

6- Criança cresce rápido e de vez em quando comprávamos roupas para ela e numa dessas vezes que estava falando ao telefone com a madrinha ela contou sobre as roupas novas e perguntou se ela queria ver, a madrinha disse que sim. Então ela espalhou as roupas no sofá, passou o telefone por cima de cada peça  e falou:
-Viu?!

7- Quem lembra da época da TV Colosso? Pois é,  essa foi para mim. É assim que conseguimos mudar nossos  paradigmas.
Ela estava assistindo a tal TV Colosso quando eu disse para ela:
-Não vejo graça nenhuma nisso: cachorro falando!
E ela respondeu:
-Não é para adulto mesmo, é para criança!!!
"Puts" imagine a minha cara!!!

 8- "Deixa, deixa, não pode dizer não!" era a frase que dizia quando pedia  autorização para fazer  alguma coisa.
Sempre educamos nossa filha dentro do que aprendemos ou achávamos que fosse o certo ensinar-lhe, e assim quando ela não "obedecia" chamávamos à atenção. Numa dessas vezes ela disse:
-Vocês não me obedecem e querem que eu obedeça vocês?!

Já bem crescidinha minha bb continuava dizendo das suas:
Estávamos conversando quando na TV passou sobre crianças que vivem na rua e que uma determinada pessoa falava que era preciso tirá-las. Ela foi mais rápida que a solução encontrada e dita na reportagem. Ela falou:
-Tirar as crianças da rua? e colocar onde? nas calçadas???

Apesar da "língua afiada" em algumas respostas, nunca nos deu grandes problemas e hoje é professora de pequenos e temos muito orgulho de ser seus pais.

Ah que saudade da espontaneidade das crianças!