Como aposentada eu tinha pra mim que minha vida seria um bel-prazer, eu decidiria o que, como, quando fazer algo. Em casa, sem precisar sair pro trabalho, maridinho também em casa, nós sem as filhas, a probabilidade era de que ficaríamos vendo a grama crescer, a folhinha seca cair da árvore. Não, não está está sendo assim exatamente. Temos muito o que "lazer" ou o que fazer, quer dizer, o que estamos fazendo nós mesmos decidimos, mas não o ficar parado por falta do que fazer. Estamos envolvidos em colaborar com a família, minha mãe, sogros, irmãos, sobrinhos. As tarefas especificamente caseiras como cozinhar pra nós e pra minha mãe, e meu marido levando a marmita pra ela praticamente todo dia, colocar em ordem apartamento de duas sobrinhas, uma que já morava aqui e está para nascer seu bebê nos próximos dias, nesse caso colaborei costurando fraldas. Outra que estava morando fora e voltou, estamos ajudando a colocar a mudança no lugar, motorista particular para mãe e sogros... Para encurtar digo que a nossa vida, minha e de meu marido, está bem movimentada, seja para nós mesmos como viagem ao sul de quase um mês ou envolvidos em prol da família.
O que fazem os que nada fazem? Foi a questão que intrigou a Naipe em uma terça-feira prolongadamente ensolarada em Florianópolis, o inverno soprando mais de leve, o dia perfeito te fazendo sentir um homúnculo por ter que trabalhar.
encontro café com amigas
Por que, santo Domenico di Masi o pai do ócio criativo, você está no escritório enquanto alguém passeia com o cachorro às 15h pela beira da Lagoa da Conceição? Como é que há tantas pessoas livres à tarde? Claro, há muitos estudantes, aposentados, turistas, mendigos, donas de casa, gente que só trabalha pela manhã e...
decoração no chá de bebê da sobrinha
A questão está nesse "e...". Quem é aquele sujeito classe média que tem a empáfia contracultural de levar os filhos para o parquinho, fazer compras, lagartear em frente ao prédio em que você se mata das 9h às 18h?
nós dois no quebra-quebra do piso do ap da minha mãe
"Como é que esses caras sobrevivem?". Ainda curioso, intrigado, quase invejoso, ele termina o café, atravessa a rua, compra um jornal na banca e senta à beira da Lagoa para ler. Humpf!!!
O que o permite estar de folga bebendo cerveja, esfregando na cara do universo que ele está, sim, fazendo nada?
- Queres ser livre, leia! Comandante Ernesto Che Guevara! - fala alto, levantando um braço e já se afastando, afinal ele tem mais o que não fazer.
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É, há um tempo na nossa vida que decidimos o que queremos fazer!