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terça-feira, 1 de março de 2011

Etiquetas nas roupas ardem e doem!!!

Quem já viu uma carochinha?

 

 Eu, etiqueta

Carlos Drummond de Andrade

Em minha calça está grudado um nome
Que não é meu de batismo ou de cartório
Um nome... estranho.
Meu blusão traz lembrete de bebida
Que jamais pus na boca, nessa vida,
Em minha camiseta, a marca de cigarro
Que não fumo, até hoje não fumei.
Minhas meias falam de produtos
Que nunca experimentei
Mas são comunicados a meus pés.
Meu tênis é proclama colorido
De alguma coisa não provada
Por este provador de longa idade.
Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro,
Minha gravata e cinto e escova e pente,
Meu copo, minha xícara,
Minha toalha de banho e sabonete,
Meu isso, meu aquilo.
Desde a cabeça ao bico dos sapatos,
São mensagens,
Letras falantes,
Gritos visuais,
Ordens de uso, abuso, reincidências.
Costume, hábito, permência,
Indispensabilidade,
E fazem de mim homem-anúncio itinerante,
Escravo da matéria anunciada.
Estou, estou na moda.
É duro andar na moda, ainda que a moda
Seja negar minha identidade,
Trocá-la por mil, açambarcando
Todas as marcas registradas,
Todos os logotipos do mercado.
Com que inocência demito-me de ser
Eu que antes era e me sabia
Tão diverso de outros, tão mim mesmo,
Ser pensante sentinte e solitário
Com outros seres diversos e conscientes
De sua humana, invencível condição.
Agora sou anúncio
Ora vulgar ora bizarro.
Em língua nacional ou em qualquer língua
(Qualquer principalmente.)
E nisto me comparo, tiro glória
De minha anulação.
Não sou - vê lá - anúncio contratado.
Eu é que mimosamente pago
Para anunciar, para vender
Em bares festas praias pérgulas piscinas,
E bem à vista exibo esta etiqueta
Global no corpo que desiste
De ser veste e sandália de uma essência
Tão viva, independente,
Que moda ou suborno algum a compromete.
Onde terei jogado fora
Meu gosto e capacidade de escolher,
Minhas idiossincrasias tão pessoais,
Tão minhas que no rosto se espelhavam
E cada gesto, cada olhar
Cada vinco da roupa
Sou gravado de forma universal,
Saio da estamparia, não de casa,
Da vitrine me tiram, recolocam,
Objeto pulsante mas objeto
Que se oferece como signo dos outros
Objetos estáticos, tarifados.
Por me ostentar assim, tão orgulhoso
De ser não eu, mas artigo industrial,
Peço que meu nome retifiquem.
Já não me convém o título de homem.
Meu nome novo é Coisa.
Eu sou a Coisa, coisamente.
                                                                   ***
Elas podem ser importantes, mas quem liga pra elas?
Mal e mal olho e já corto, comprei e paguei, então não ganho pra fazer propaganda gratuita.


Sinceramente eu as odeio!!!

São quilométricas, volumosas, indiscretas e provocam coceira o tempo todo, fazem barulho quando me mexo e parece que tenho uma carochinha cheia de perninhas entre a roupa que estou usando e eu.

Tanto as que trazem informações sobre o tecido como as do fabricante,  porque tem roupa que traz mais de uma. Aquelas colocadas do lado de fora então, além de serem difíceis de tirar porque passam mil costuras, às vezes parece que usam linha de anzol.

Pior quando se exercita a paciência para tirar,  acaba-se estragando a roupa ficando um buraco enorme.

Bem mal  fala a Lu do blog abaixo, sobre as estiquetas, expressando repulsa por elas com o título:

Odeio etiquetas nas roupas

http://pausaparaviajar.blogspot.com/2011_01_01_archive.html

Só para provocar o gostinho de ler o texto inteiro, leia abaixo a ira desfilando nas frases:

"Queria saber quem foi o sacana que teve a idéia de inventar a etiqueta para roupas e ainda costurar a infeliz do lado de dentro da peça? Levante o dedo aquele cidadão que nunca se contorceu todo para se coçar por causa de uma etiqueta que estava pinicando".
"Triste mesmo é furar a roupa novinha em folha na tentativa de retirar a etiqueta".

Corre lá no blog e leia o texto inteiro!!!

Que alívio ver registrado tudo o que achamos sobre as danadas das etiquetas!!!

A solução é fazermos como o Gandhi:

http://www.juraemprosaeverso.com.br/Biografias/MahatmaGhandi.htm 

(...Promovia o uso de roupas feitas em casas (khadi). Gandhi e seus seguidores fabricavam artesanalmente os tecidos da própria roupa e usavam esses tecidos em suas vestes...)

Ou será que a indústria vai começar a usar seus próprios produtos e "sentir na pele" o quanto coça uma etiqueta e a partir daí, mudar e pensar numa solução mais macia para as etiquetas!!!

Porém,  há sim  luz no fim do túnel!!! ...e eu ainda não sabia!!!

Leia também...

"Abençoada seja a criatura que inventou a tal tecnologia tagless que, em bom e velho português, quer dizer sem etiqueta. Isso mesmo, ao que tudo indica meus dias de cortar acidentalmente uma blusa novíssima e caríssima, enquanto tentava em vão arrancar a etiqueta, estão próximos do fim!"
"Mas ... há uma luz no fim do túnel! E não é o trem e sim a tal tecnologia tagless, que utiliza um processo de transfer a quente e nos livra de todo o mal para sempre, amém.

Confira abaixo:

A minha sem etiqueta, faz favor  -  do Rainhas do lar...


 http://www.rainhasdolar.com/index.php?itemid=1984

                                    Então vamos todos juntos:


abaixo às etiquetas!!!
abaixo às etiquetas!!!
abaixo às etiquetas!!!
...que pinicam!!!

9 comentários:

Lou disse...

Shan Tinha,
Pelo menos uma coisa útil as etiquetas fizeram: nos aproximaram, e isto foi ótimo!
Obrigada por divulgar meu blog.
Ah! Eu tb adorava ler seleções, principalmente as piadinhas idiotas do "rir é o melhor remédio". Eu gargalhava com gosto. Aliás, qto mais idiota a piada, mais eu gosto. bjs da Lou

O Celeiro 1 disse...

Vizinha,eu estava indo pegar uma xícara de açúcar na amiga ao lado, quando passei e vi as luzes de sua casa (blog) ...nossa que lindo aqui ...
Quando tiver um tempinho passe lá em Casa para um café...
Se resolver se hospedar por lá , preparo minha melhor roupa e também venho para ficar !
Se precisar de algo é só gritar ,moro nas montanhas e por lá tem eco.
Meu nome é Valeria

O Celeiro 1 disse...

Oi minha querida, que bom que veio, seja muito bem vinda viu e também já sigo seu cantinho....voltarei com tempo para papear mais ....me avise o que estiver em falta em nossa CASA para que sua estadia seja perfeita.
Amei seu comentário srsrsrss
bj

shan-Tinha disse...

Valeria!!!
uauuu, quase fui até a janela pra te ver...
grata por seus préstimos, eles são recíprocos, já fui correndo a tua casa e achei linda!!!
bj!

O Celeiro 1 disse...

Menina, pensa numa terra que só chove também ....Campo Grande chove já tem 5 dias ....e ai também né pelo jeito .....obrigada pela linda visita ..............
bj

O Celeiro 1 disse...

Eu já estraguei roupas no afã de me livrar da bendita etiqueta....
Conte com meu apoio....eu também não curto!
bj

Minha fábrica de sonhos... disse...

Eu sou uma pessoa que chego da loja e vou direto na tesoura cortar as etiquetas.

Mas aprendi a não tentar arrancá-las... na certa que estragarei a roupa e olhe que fiz isso várias vezes, até aprender.

Abração, amiga.

O Celeiro 1 disse...

Vim para te dizer que também te obedecí rsrsrs esta semana me peguei cortando as etiquetas de um sultien que insiste em me machucar (odeio usa-los)e também de uma toalha nova ...dependurei a bonita no banheiro quando olho duas etiquetas gritando me tirem ....me tiremmmm ..kkkke eu tirei e fiquei com isso na cabeça....
Vou postar lá no CASA agora mesmo chamando o pessoal pra vir ler sobre ...bj minha querida e presente amiga emuito muito obrigada pelo carinho de sempre!

vanusa disse...

è verdade, eu tbm odeio etiquetas..
bjinho!